Quanto a sua atuação há variedades
de práticas, conceitos, pesquisas e condutas de trabalho. No entanto, há
um consenso quanto ao fato de que a psicopedagogia deve-se ocupar-se em estudar
a aprendizagem humana e, todas as manifestações no processo de aprendizagem da
criança. A psicopedagoga(o) não é professora particular, nem mesmo uma
alfabetizadora. Muitas vezes, a intervenção ocorre por meio de parcerias com
profissionais da Psicologia, Fonoaudiologia, Psicanálise e da Pedagogia
(professor).
A psicopedagoga deve
ocupar-se em entender como funciona a aprendizagem para a criança e,
intervir quando algo atrapalha o seu processo de aprendizagem, seja na
família, seja na escola. E temos duas ferramentas fundamentais que são
fundamentais: a "escuta" e a "observação.
É por meio do trabalho cooperativo,
- família, escola, criança, que espera-se adquirir um conhecimento total da
criança, do seu meio, do seu desejo, e é o que se torna possível a compreensão
de cada caso para início das intervenções e/ou encaminhamentos, quando
necessários.
Ao iniciar um diagnóstico, deve-se desconsiderar
os "rótulos" ou diagnósticos irresponsáveis (sem comprovação
científica), que muitas vezes chegam com a criança, como: hiperatividade,
déficit de atenção, dislexia, disfunção cerebral leve, etc. As especulações
ainda ocorrem porque a escola percebe o "problema", não sabe lidar e,
encaminha a criança para profissionais da área médica ou outras instituições
(Psicólogos, neuropsiquiatrias, etc). A consequência desse tipo de
prática é geralmente desastrosa, e serve para a perpetuação de rótulos ou
marcas que podem inviabilizar a aprendizagem da criança por desistência dos
envolvidos – a criança, a família, escola. Muitas vezes, a primeira
intervenção é tirá-la(a) desse lugar de desacreditado.
Sobre os chamados "problemas de
aprendizagem', compartilho uma compreensão a partir da psicanálise de que a
criança apresenta "sintomas" e não "um problema". O
“sintoma” toma forma no sujeito, afetando a dinâmica de articulação entre os
níveis de sua inteligência, do seu desejo, do seu organismo e do seu corpo como
um todo. Por isso, não há uma técnica de atendimento e tudo acontece na verdade
de cada caso.
Atuo sempre com o entendimento do verdadeiro
papel da(o) psicopedagoga(o),- atuar com a certeza de que cada caso que a
nós é confiado tem a sua verdade e, uma conduta específica de
atendimento.
Maria Teixeira
Psicopedagoga e especialista em linguagem pela PUC/SP
m.teixeira@uol.com.br