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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Qual é a dificuldade dos alunos em ter o hábito de ler?

     O processo de ensino e aprendizagem da leitura é sem dúvida, muito instigante e desafiador, tanto para o aluno como para o professor.
Adquirir a habilidade de ler significa, sobretudo, a condição de compreender um mundo que vai se mostrando cada vez maior e mais surpreendente. São nessas descobertas que alguns alunos apresentam mais dificuldades do que os outros.
Ao longo de minha carreira, escuto queixas de pais, professores da falta de  interesse das crianças por leituras. E, há necessidade da leitura no processo de ensino e aprendizagem.
A maioria dos alunos ainda não têm consciência da importância, da necessidade da leitura em seu processo de aprendizagem, isto é, na maioria das vezes lêem por obrigação ou somente o que lhes é determinado, sem dar à leitura seu valor real, sem perceber a necessidade de ler; ler para buscar informações, conhecimentos, para enriquecer seu vocabulário, para visualizar palavras e perceber sua ortografia…
Talvez, esse desconhecimento sobre a importância e a necessidade da leitura torne-se uma barreira no processo de desenvolvimento do aluno, uma vez que ele não a vê como algo prazeroso, não se sente motivado a ler diariamente e espontaneamente, deixando para trás chances de vivenciar ricas experiências de enriquecimento.
   O fato de não gostar de ler pode estar atrelado a falta de acesso às bibliotecas; incentivo familiar, escolar. Mas, não é só o ambiente que influencia, pois isso tem se tornado comum tanto em escolas públicas, como nas particulares, onde há uma biblioteca vasta, acesso a informática, um ambiente alfabetizador e estimulador muito mais moderno, e o problema é o mesmo, - os alunos não se interessam pela leitura.
    A leitura é necessária para a construção da cidadania, para a formação de homens livres e aptos a participar da grande obra que é a humanidade. A leitura pode nos conduzir por tempo, lugares e acontecimentos que não são os nossos. As crianças que não têm o hábito de ler, ainda não fizeram essa descoberta.
O domínio instrumental da leitura é necessário para garantir ao aluno autonomia no contato com o texto como fonte de lazer e enriquecimento.
Qual é a necessidade da leitura no ensino – aprendizagem? Por que os alunos não lêem espontaneamente? Qual é a dificuldade dos alunos em ter o hábito de ler? Como fazê-los compreender a leitura como meio de formação e informação?
A partir destes questionamentos, proponho uma discussão dos educadores sobre a importância da leitura no cotidiano de seus alunos.
   Quero lançar um olhar especial aos educadores da Escola Pública. Há uma constatação diante dos inúmeros atendimentos psicopedagógicos por mim realizados em algumas dessas escolas que a prática cotidiana tem sido ineficiente, tendo em vista o grande índice de alunos nas séries iniciais, não apresentarem conhecimentos mínimos necessários para a sua aprovação no Ensino Fundamental.
Professores alfabetizadores, esse é o seu papel.  Formar leitores faz o processo de emancipação de um país, e o ato da leitura e da escrita conduz a um processo de aprender, de conhecer, de apreender novos significados que ajuda os educandos a viverem com mais plenitude. Um dos primeiros passos nesse sentido é a oferta de uma educação que esteja próxima à realidade de cada aluno, que suscite sugestões e ações significativas para a sua vida.
    Importante se faz a construção de relações de confiança entre professor e aluno, pois são aspectos que se constituem num estimulo para que o aluno possa se perceber como cidadão e, como ser social e histórico.
 O professor alfabetizador precisa reconhecer e valorizar a diversidade cultural dos alunos, superar discriminações, trabalhar a auto-estima consciente de que poderá estar revertendo um dos mais fortes mecanismos de exclusão social, a marginalização pela negação do direito ao domínio da cultura escrita, cumprindo assim uma tarefa essencial para a promoção da cidadania.
   Toda instituição escolar tem características que lhe são peculiares, e que influenciam o comportamento de seus membros. Essa influência, tanto pode ser para a dominação como para a libertação, dependendo do nível de consciência despertado pelo processo vivido.
Tendo essa visão sobre a educação, busco compreender: Quais as implicações da não aquisição do processo de aprendizagem da leitura e, muitas vezes, da escrita nas séries iniciais?
   Diante dessa constatação, busco nos meus atendimentos identificar aspectos subjacentes à prática que são apontados como facilitadores ou não do crescimento do aluno em relação a leitura e a escrita.
     Em tempos modernos no qual a TV, o computador e a Internet são peças chaves da sociedade, a leitura não perde seu valor como necessidade social. O grande desafio da escola é mostrar a sua importância, considerando que por falta de conscientização sobre o hábito da leitura, cada vez mais, os alunos apresentam sérios problemas na organização do pensamento e da escrita. Falta-lhes o senso crítico diante da realidade e condições de fazerem escolhas pessoais para o seu futuro, o de sua comunidade e de seu país. Pois educar hoje, tem outra conotação, a de formar seres críticos e conscientes de sua função social.
   A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. Mas, na realidade ela não vem cumprindo bem este papel, confunde o processo de ler em um simples reconhecimento de palavras em páginas impressas, ou seja, vem trabalhando a leitura como um simples ato de decifrar códigos. Existe uma nítida separação entre os mecanismos da leitura e o pensamento, reduzindo a leitura a um ato mecânico de decifrar letras.
    A escola não tem formado leitores que levam adiante pela vida esse interesse quando muito, forma aqueles que buscam em leituras exploratórias apenas informações necessárias a finalidades imediatas. O desinteresse pela leitura tem origem na pré-escola e deve-se, em grande parte, ao tipo de literatura que é oferecido às crianças, não considerando o interesse e a faixa etária, tornando assim o primeiro contato com o livro “pouco prazeroso”.
     É comum uma criança ler um texto, pode-se dizer que até de maneira correta (pronúncia, pontuação…), mas, se for solicitada para contar ou falar sobre o texto, não sabe. Na verdade, essa criança não leu, pois ler não é decifrar, como um jogo de adivinhações o sentido de um texto.
    A falta de interesse pela leitura prova que a leitura significativa não foi ativada na infância. No momento da aprendizagem, o aluno não considerou que isso fosse valer para sua vida futura.
    A leitura é a realização do objetivo da escrita. Quem escreve, escreve para ser lido. Às vezes, ler é um processo de descoberta, como a busca do saber científico. Outras vezes requer um trabalho paciente, perseverante, desafiador, semelhante à pesquisa laboratorial.
    A leitura pode também ser superficial, sem grandes pretensões, uma atividade lúdica; ser uma atividade profundamente individual. Ao contrário da escrita, que é uma atividade de exteriorizar o pensamento, a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização, de reflexão. Por isso, a escola que não lê muito para os seus alunos e não lhes dão a oportunidade de ler, está fadada ao insucesso e não sabe aproveitar o melhor que tem para oferecer aos seus alunos.
   Observo em estudos sobre a formação de leitores no ambiente escolar, uma quantidade significativa de professores de Ensino Básico que se mostram insatisfeitos em razão do tipo de denvolvimento dos alunos com a leitura, sentindo-se, muitas vezes, sem subsídios para refletir sobre suas práticas cotidianas e, a partir daí, modificá-las.
Em primeiro lugar, constatam-se condições de desconhecimento, por parte de professores e bibliotecários, quanto à variedade e à qualidade textual de obras de literatura com as quais os alunos poderiam se envolver. Em segundo lugar, revelam-se atos de leitura decorrentes talvez dessas primeiras condições: um trabalho muitas vezes mecânico, controlador, punitivo e, por conseguinte, pouco agradável e pouco frutífero com o texto literário na escola. Estas atitudes do professor, seguida da falta de vontade dos alunos dificulta o desenvolvimento do hábito de ler.
   Ler não é simplesmente para extrair informações da escrita, decodificando-a, letra por letra, palavra por palavra, e sim para compreender o sentido da escrita.
Dessa forma, é fundamental compreender as ações que se processam na mente dos alunos quando estes estão tentando decifrar os símbolos gráficos e saber quais estratégias utilizar para auxiliá-lo no ato de ler.
   Somente o professor é capaz de oferecer alternativas de ação no sentido de uma transformação, o que possibilita a escola e aos alunos uma melhoria nas condições de aprendizagem e, o desenvolvimento do prazer pela leitura.
                                                               Maria Teixeira
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