O Objetivo do Blog

terça-feira, 8 de julho de 2014

Educar é humanizar

      Educar é humanizar - ensinar valores, preparar para os desafios, os medos; é acolher, respeitar, enxergar além do que se vê.

    Sabe-se que desde cedo, o olhar, o discurso do “outro”  tem muita importância e, é o que determina a estruturação psíquica do sujeito.

    Aquele com quem a criança se identificará será responsável pelo o que ela será - seus valores, gostos, aptidões e, sobretudo, desejos.

     Muitas vezes na escola o  "desejo" esbarra em valores que é a família que tem de passar. Os pais precisam ajudar o filho(a) a descobrir o melhor caminho, mostrar as opções; orientá-lo, respeitá-lo, para que tenha sobretudo, caráter. A Educação escolar deve privilegiar a transmissão de conhecimentos científicos, pragmáticos; determinar os princípios morais e éticos, aquele que molda o caráter e forma o cidadão.

     Há hoje uma grande preocupação moral com as alterações comportamentais. Essas preocupações morais atuais é fruto das grandes mudanças sociais ocorridas ao longo da história humana.  Mudanças essas que promoveram um  entendimento de condutas diferentes  por parte  dos  sujeitos.

    Parace que os valores morais, o vínculo afetivo com a família se perderam... Em que momento isso se perdeu? No momento em que os pais ficaram se preocupando demais com a questão de não ser autoritário, não dar limites. Teve medo de frustar,  e cedeu a todas as vontades de seus filhos -, afinal, poderiam traumatizá-los. Ou, agiu assim por culpa. Culpa de não poder estar o tempo todo acompanhando o(a) seu filho(a).o.  Talvez, não sabiam que o que importa é a qualidade do tempo e, não a quantidade. Mãe demais...e, pai demais, também é prejudicial.

     Para o bem das novas gerações, os pais precisam simplesmente, ser pais - pontuando os erros, aconselhando, cuidando, respeitando,  e fazendo o que quer que o filho faça, pois suas ações dizem mais do que as palavras, - é a questão da formação humana mesmo, - o cognitivo,  afetivo, moral e  o intelectual será desenvolvido na escola .

     As mudanças sociais devem ser acompanhadas de mudanças individuais.  Portanto, há necessidade emergente de se repensar as estratégias familiares e escolares, visando uma conduta mais adequada, e regular por parte dos humanos ou, estaremos caminhando para o cáos...

         As minhas reflexões são tratadas na perspectiva psicanalítica por acreditar no inconsciente, e entender que há  marcas subjetivas em cada sujeito que nos encaminham a avaliar  a sua formação psíquica no momento de uma intervenção psicopedagógica.

     
                                                                                         Um abraço,                                                                                                                      Maria Teixeira, psicpedagoga e esepecialista em linguagem

m.teixeira@uol.com.br

domingo, 6 de julho de 2014

O bom professor e sua prática

   A finalidade do texto é definir o conceito do “Bom Professor”, bem como suas origens e métodos. Há muito tempo tem-se procurado essa definição, utilizando diversos métodos de ensino na tentativa de solucionar o problema da falha na transmissão do conhecimento, que na verdade, não se resolveria sem essas investidas.  Há uma hipótese confirmada de que o professor em sala de aula, é o principal agente da localização, instrução e transmissão do conhecimento, seja qual for o currículo a ser seguido. E, que fatores como regionalismo, cultura, experiência de vida, formação didática dentre outros menos relevantes têm implicação na forma como ele atua em sala de aula. Neste sentido, são esses  fatores que garantem se a sua atuação será ou não satisfatória chegando ao ponto do aluno(a) atingir o seu aproveitamento pleno sem que haja perda de qualidade do ensino e, efetivação da aprendizagem.

  Estudos comprovam ainda que até mesmo o ambiente de onde se originou a pessoa do professor, tem influência direta em seu comportamento e tolerância em sala de aula, bem como, o interesse não-financeiro do docente. Entende-se como não-financeiro, o interesse em transmitir o conhecimento ao aluno, ainda que o retorno financeiro não seja pertinente à função ou, até mesmo, insuficiente de acordo com sua formação. Esse ponto deve ser observado com muito cuidado, para que o docente não acabe por ser condenado sem que todos os fatores sejam incisivamente analisados.

   Assim como Rubem Alves, penso que "não sei se o bom professor é aquele que tem uma coleção de diplomas..." As vezes penso que ele vai se formando nas suas vivências, e que esse modelo de como deve atuar com as pessoas, vem de sua formação primária, na família. É certo de que precisa de uma formação, de um "capital cultural" para transmitir aos seus alunos muito mais do que uma disciplina ou outra. O bom professor nasce da necessidade, interesse, ou até mesmo vocação, sendo que essa última, atualmente quase está em desuso.

  Ao analisar os docentes em seus diversos níveis, percebo que em determinados momentos, a individualidade do profissional chega ao nível de perda total do coletivismo, até mesmo entre eles próprios, professores -, a sala dos professores é o melhor exemplo disso. Essa falta de troca pode levá-los a falharem em suas didáticas, não por vontade própria, mas, pela sua própria história de vida, pela forma que leva a vida.  Parece que essa postura fica latente dentro de si e repercute no seu ensinar, na sua relação com os alunos. 
  As pesquisas também comprovam que essa falta de interação ocorre principalmente em pessoas que têm um histórico de dificuldades ou naqueles que não adquiriram certos valores morais que o tornem membro importante de um todo. Dessa forma, se tornam profissionais automatizados, comandados, que seguem apenas o sistema e pacotes prontos e, no final tem o salário como recompensa pela árdua tarefa. Dessa forma, o docente se vê “obrigado” a levar o conhecimento dentro de um ritmo imposto ou até mesmo pouco didático, pelo simples fato de que, se estiver atuando da forma como lhe foi previamente definido, terá seu ganho garantido. O discurso desse professor é sempre o mesmo  -, reclamam de seus alunos, das regras, dos colegas... Só pensam em seus direitos. São profissionais que visam apenas o ganho financeiro mais que o de ampliar os fatores relacionais e afetivos implicados no processo de aprendizagem de cada aluno, sujeito único, que muitas vezes está ali buscando a felicidade que não tem em casa; vem buscar a esperança de poder sonhar. 
   Quero chamar a atenção desse profissional para  o aspecto humano, principal influência da formação pessoal,  bem como, o principal pré-requisito para quem quer ser um profissional da educação, principalmente, um professor. 
  Há comprovações de que o docente recebeu influências de seus professores, e,  o seu interesse em contribuir com o conhecimento de seu aluno, pode levá-lo também a querer se espelhar nele e ser tal como ele é. Neste sentido, a postura do professor em sala de aula pode selar de vez o destino desse aluno, até mesmo, a continuidade aos estudos ou não.  Esse aspecto pode ser determinante até mesmo para a formação pessoal do futuro “bom professor”.
  O bom professor desperta o interesse nos alunos, utilizando a participação e incitando-os para que o façam da mesma forma entre eles mesmos;  faz com que o conhecimento seja assimilado de forma mais clara e efetiva, tornando-o apto a realizar essa mesma tarefa com habilidade, eficácia e alegria.

   Acredito que o professor de formação, que carregue com ele bagagem "capital cultural" é capaz de fazer qualquer aluno aprender e ainda é capaz de potencializar seus alunos, pois, consegue mobilizá-los; transformá-los e, ainda mais, plantar nele o desejo de conhecer mais e mais. O bom professor é a principal atração da sala de aula e, determina o envolvimento do grupo, o prazer em adquirir novos conhecimentos.
    A aptidão para ensinar não depende apenas de bons métodos, didáticas ou diplomas disso ou daquilo. Há inúmeros fatores que fazem do professor um profissional de qualidade -, o bom professor explica, demonstra, inspira e encanta o seu aluno.
    Não há receita específica para se tornar um bom professor, no entanto, os aspectos e pontos de vista explanados podem esclarecer detalhes importantes que não podem ser desconsiderados. A escola deve definir e buscar uma forma mais eficiente de atuação do docente não apenas em sala de aula, mas, que na sala de aula ele seja agente do conhecimento e da alegria. Acredito que essa postura, pode fazer a diferença e, evitar, a evasão escolar de um grande número de crianças já na passagem do 5o. para o 6o. ano (isso é também estatístico) por não acharem a escola um espaço agradável. 

    Finalmente, o currículo pedagógico, deve obedecer o regionalismo, a cultura, formação didática e, experiência de vida tanto dos alunos quanto dos docentes para que o ensino e a aprendizagem se torne eficaz e não flua para a dispersão do conhecimento, ao invés de acumulá-lo. A proposta não é inalcançável, mas, está e sempre esteve frente aos órgãos responsáveis pela Educação (Direito de Todos), que talvez por comodidade em sobreposição à prática, ficou recessiva em meio a currículos, métodos, e práticas ultrapassadas e engessadas que não possuem utilidade prática no contexto geral do aluno de hoje.
  O professor precisa resgatar o respeito, a confiança de seus alunos, pais, pois, assim como já alertou Rubem Alves, "se o professor não acordar, a profissão de professor vai se tornar "descartável" , vai se extinguir assim como a dos caixeiros viajantes".  

                                                               Maria Teixeira
                                                               m.teixeira@uol.com.br