O Objetivo do Blog

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Ensinar o valor do dinheiro às crianças

   Ensinar o valor do dinheiro às crianças é muito importante, mas, antes de conhecer o valor do dinheiro a criança precisa conhecer os valores éticos e, entender que se valorizar demais o dinheiro; se coloca-lo sempre na frente das coisas, nunca terá o suficiente -, ele sempre faltará e será em alguns momentos o motivo de sua infelicidade.
Percebo que o primeiro valor que a maioria das crianças conhecem hoje é o do “dinheiro”. A primeira frase que aprendem é “quanto custa?”.
A maioria das crianças estão crescendo obcecadas pelo “melhor” -, o melhor tênis, o melhor celular, o melhor isso, o melhor aquilo... Não sei quando isso começou, mas acho preocupante. Sabe o que acontece quando a criança cresce só querendo o melhor? Dando muito valor às coisas material? Vivem inquietas, inconformadas, numa insatisfação permanente, num desassossego que muitas vezes levam-na a uma obsessão desenfreada e isso pode levá-la à consequências desastrosas.
As crianças crescem observando como os pais lidam com as finanças, mas nem tudo se aprende olhando. É preciso indicar caminhos, limites, ir dando exemplos.
Numa sociedade capitalista os pais precisam introduzir a educação financeira desde muito cedo nos ensinamentos dos filhos, pois, saber lidar com dinheiro será uma das habilidades mais relevantes para sua vida. Porém, para ensinar o filho a administrar o dinheiro, primeiro os pais precisam saber lidar e ter uma relação muito boa com ele. O dinheiro não pode ser o mais importante e nem estar à frente de tudo.
Por outro lado, como a Educação financeira não está no currículo da escola, ensinar a administrar o dinheiro também é tarefa dos pais que, para isso, devem saber como cuidar das suas próprias contas. Fazer planilhas de gastos mensais, não acumular dívidas e poupar dinheiro para situações de emergência são bons exemplos financeiros. 
É possível ensinar o valor do dinheiro nas pequenas coisas. Embora as crianças observem os pais, elas não aprendem tudo apenas dessa forma. É preciso dizer a ela que o dinheiro tem limite, de onde ele vem, que não pode gastar tudo de uma vez, e ir introduzindo os conceitos aos poucos. A primeira lição – talvez a mais dura – é não dar tudo que a criança pede. Ao leva-la ao supermercado ou shopping, é preciso saber dizer que aquilo não é  necessário e pode ficar para depois. Dizer o "hoje não" é estabelecer limites. 
A criança deve participar do esforço da economia familiar. Uma boa forma de fazer com que ela participe é deixá-la acompanhar a lista de compra do supermercado, por exemplo, e explicar que não será possível comprar além do que está na relação. Assim, ela vai entender que somente aquilo que está ali deve ser comprado e não tudo o que está sendo oferecido, que há um planejamento com base no que é necessário e disponível no orçamento da família naquele dia ou mês. 
A criança precisa saber que as coisas não são de graça, que é preciso planejar cada compra e, dessa forma, entender o valor do dinheiro. Que o dinheiro não aparece no cartão do nada. Precisa estar na conta lá do banco. Já ouvi a mãe dizer no supermecado e lojas que não tem dinheiro para aquilo e a criança emendar "compre com o cartão!". Isso mostra que ela ainda não entendeu essa forma de pagamento. É o momento de explicar.   
O mesmo pode ser aplicado quando a criança pedir um brinquedo, um celular novo, há oportunidades em que os pais podem atender ao pedido imediatamente e em outras, não podem e não devem. E há também casos em que o artigo pode ser comprado futuramente. Ao explicar isso, ela vai entender mais uma vez que o dinheiro não está sempre disponível -, que poder, querer e o dever comprar tem suas razões e consequências. Os pais precisam aprender a fazer isso sem sofrer, pois, as frustrações fazem parte do crescimento da criança, principalmente quando queremos mostrar o valor do dinheiro. 
O processo de aprendizado do valor do dinheiro deve começar assim que a criança comece a identificar os números, quantidades, quando já souber contar. Ela já pode ser envolvida no planejamento do orçamento familiar de forma que entenda quando e como os desejos de consumo podem se concretizar.
Outra situação diz respeito ao valor do dinheiro na escola. Na escola, por vezes, seu filho pode ter contato com colegas que exibem itens caros que ganharam em casa ou mesmo dinheiro que levam à escola para compra de lanches. É natural, nesse cenário, que seu filho também queira possuir o artigo ou o dinheiro. As crianças costumam fazer associações e, se há diálogo na família, fará algum comentário em casa. É o momento de a família demonstrar que nem todos têm as mesmas possibilidades; as condições da família podem ser melhores ou piores que a do amiguinho e, que às vezes, aquela família não tem controle financeiro. Aproveite para falar dos exageros e dos exibicionismos. E, talvez seja o momento de proporcionar ao filho a experiência de ele mesmo comprar o seu lanche em um dia da semana, não precisa ser logo no dia seguinte para não ensiná-la de forma errada a ser competitiva e exibicionista. 
Quanto aos itens de valor que as outras crianças exibem, a criança vai ter tempo para entender por que o tênis de um é diferente do outro, por que a criança leva celular caro para a escola, se vestem diferentes, por exemplo. A questão do valor das coisas, marcas, é a família que passa para a criança. Ela aprende esse valores errôneos na família. Tudo vai depender da dinâmica familiar de cada um, dos valores que a família presa.
Quanto à questão da mesada que os pais sempre me consultam, - a mesada em certa idade é uma boa opção. A criança precisa ter seu próprio dinheiro quando já souber lidar com ele. A mesada é uma forma de ensinar o valor do dinheiro. Não importa o valor, mas estipule um valor que deva durar todo o mês ou 1 semana. No início, o dinheiro provavelmente vai durar menos. Cabe aos pais ensinar a criança a planejar e controlar para durar mais tempo. A mesada é uma forma de dar à criança em formação, a liberdade de gastar dentro de determinados limites e, pode-se exigir dela a responsabilidade de administrar seus desejos e recursos e, principalmente, saber como é a relação dela com o dinheiro. A liberdade de lidar com o seu próprio dinheiro sempre será oportunidade de educar e, ajustar o comportamento da criança.
                                               Maria Teixeira, psicopedagoga e especialista em linguagem.

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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Como lidar com a birra da criança

     Algumas crianças com idade acima dos 2 anos e meio até uns  5 anos usam as birras como uma ameaça, ou uma ferramenta para conseguirem o que querem, pois, em algum momento perceberam que isso é eficaz. Quando as crianças resolvem fazer birra, começam a espernear, se jogam no chão, emburram e fazem malcriações, a vontade da maioria dos pais é de sair correndo. Alguns se desesperam e, a vontade é de chorar também ou se esconder. É certo que as crianças menores podem usar a birra para dizer o que as palavras ainda não podem dizer. Mas, existem algumas ideias que podem acalmar as crianças e evitar que os pais percam o controle da situação. As birras são terríveis, irritantes, mas é uma saída, uma descoberta das crianças e, faz parte da realidade da infância de muitas crianças , simplesmente, porque elas já descobriram que dessa forma os pais cedem aos seus caprichos.  Podemos pensar em algumas estratégias simples que acabam com as birras e criam a cooperação na criança. Claro, a criança tem de ser educada para saber que birra não é a solução dos problemas, mas, até que ela entenda, algumas estratégias podem ser seguidas e aplicadas no momento da birra, e, podem ajudar muito.

1. Deixe a criança extravasar a sua raiva

      Algumas vezes a criança só precisa extravasar sua raiva e frustação que ainda não aprendeu a controlar. Em casa, deixe-o (a) por alguns minutos só. Depois, se aproxime e pergunte: - Já passou? Agora, podemos conversar?  e, aproveite a oportunidade para  ensiná-la como se consegue as coisas e, procure traduzir as suas ações. Se ocorrer em público, não espere ela/ele chamar a atenção de todos à volta;  leve-o(a) para um lugar reservado para que tenha um pouco de privacidade, deixe-a extravasar ali;  se afaste; não fique pegando ou tentando controla-la no momento de raiva. Sabe aquele momento em que se precisa de uns dois minutos para voltar a si? A criança não é diferente do adulto, às vezes, também precisa disso e, algumas, lidam com sua raiva ou frustração fazendo birra. Essa estratégia ajuda a criança a aprender a se expressar de uma forma não destrutiva e começar a ter ideia do que é autocontrole.

2. Pense em alguma forma de tirá-la do foco

     No caso da criança muito pequena, enquanto ela estiver tendo aquele acesso de birra, pense em alguma distração que a tire do foco daquele momento. Pode ser um brinquedo que esteja ao alcance.  Já a criança maior, chame-a a atenção para algo ao redor ou sugestão de um novo passeio. Se estiver no supermercado, por exemplo, peça para ela escolher o sabor do sorvete para a sobremesa. As crianças se concentram em um só assunto por pouco tempo, por isso, normalmente são fáceis de distrair. Isso ajuda a tirar a atenção da birra. Se não resolver, volte à estratégia 1.

3. Escute o que ela tem a dizer 

       Dialogar é diferente de conversar apenas para ajustar coisas do dia-a-dia. Após aquele momento de privacidade, tente ouvir o que está frustrando seu filho (a), ele (a) pode ter muito a dizer sobre aquele momento de raiva. Lembre-se que as crianças menores têm um vocabulário limitado para expressar seus sentimentos e podem usar a birra para dizer o que as palavras ainda não podem traduzir.  Antes, você precisa daquele momento de recuperação do seu controle; tome uma água e respire fundo. Use um tom de voz calmo, mas que passe confiança; não ameace. Seu filho vai perceber que a birra não está lhe atingindo e isso vai também ajudar você a manter a calma. Se a sua voz estiver alterada, o efeito vai ser o inverso: todos vão ficar alterados e, um clima de descontrole será instalado. Gritar, nem pensar. Muitos pais ficam envergonhados e com raiva da criança quando a birra ocorre em público, mas, a forma como você vai agir diante da birra é o que importa. Se os pais agem com calma e autocontrole todos vão ver que são bons pais e, que estão cuidando para educar seu filho.  O diálogo vai mostrar à criança que tanto a criança como o adulto, algumas vezes, se sente frustrados com alguma situação, mas, que é preciso saber lidar com elas.
4. Acolha o seu filho; dê carinho
       Fazer uma carinho, geralmente é a última coisa que um pai ou uma mãe pensar em fazer após ter passado por um momento de estresse com um filho. Todos estão irritados, alterados, mas, após aquele momento em que a criança extravasou a sua frustração em sua privacidade, esse é um gesto que pode ajudar muito a criança a se sentir segura e acolhida após um acesso de raiva. O abraço tem de ser firme, e o melhor é que o adulto não fale nada enquanto abraça. Depois, ofereça alguma coisa para a criança beber ou comer. Faça um lanche gostoso e saudável com ela. É muito comum na criança pequena a causa da birra ou choro ser: fome, frio, calor ou sono (algum desconforto) e, não o interesse por isso ou aquilo.  No caso da compra, as vezes, os pais compram e, depois, a criança nem liga para o objeto.  O acolhimento pode funcionar tanto para a criança menor como a maior. Outra boa ideia, no caso da criança pequena  é levá-la para o quarto e coloca-la para tirar uma soneca após o estresse. Ela vai acordar mais calma e disposta e, muitas, nem vai lembrar-se do ocorrido. 
5.  Não valorize demais o ocorrido.
     Ficar lembrando a criança ou o adolescente o mal feito não vai ajudar em nada, pelo contrário, vai fortalecer isso nela e, sempre que quiser chamar a sua atenção terá esse trunfo guardado.                                                                                                                                          Maria Teixeira, psicopedagoga, especialista em linguagem
www.psicopedagogamariateixeira.com.br
Segue links dos meus mais recentes trabalhos...
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