É chegada a hora da primeira separação. Sei como mãe e profissional da
educação que sou a importância desse momento para a vida de uma criança e a
angustia da mãe ao ter de se separar do seu pequeno, principalmente, quando
essa criança é só um bebê.
A angústia se dá porque a mãe
sabe que é no primeiro dia de escola que realmente, começa-se o corte do cordão
umbilical que a liga ao filho(a). Quer
dizer, se inicia de forma muito sutil, um processo extremamente importante e
necessário na vida de qualquer mãe, pai e filho(a): o processo de desmame ou, o
processo de dar ao filho(a) a liberdade para que ele(a) comece a andar com as
próprias pernas, se apoiando em outra pessoa que não seja a mãe, o pai.
Parece meio exagerado falar disso,
principalmente, quando a criança ainda pequenina está indo apenas para um
berçário. Mas, é nesse momento, que simplesmente, inicia-se o processo de
adaptação da criança à escola, pois, é a entrada para um lugar social, como é o
caso da escola. A passagem do particular para o social pode causar algum
desconforto. Inicia-se, de fato, um
caminho sem volta, a mãe sofre porque ela sabe disso. É o caminho por meio do
qual o pequeno irá pouco a pouco, se distanciando da mãe para se tornar quem
ele realmente é...pode-se dizer que é o “Estádio do Espelho”, segundo a
psicanálise, Lacan, - momento em que a criança vê o seu corpo separado do da
mãe e vai descobrindo aos poucos que ele e a mãe não são a mesma pessoa, que
têm corpos separados e, que há outros lugares além do seu privativo.
Esse momento causa dor a qualquer
mãe, porém, apesar de toda dor que essa mudança vai causar, a mãe vai dar ao
filho(a) as primeiras lições de liberdade e autonomia. E a partir de agora,
cada conquista de liberdade que ele(a) obter, vai lhe proporcionar segurança
para buscar o que ele(a) deseja. É o “vai filho, você pode!”. É tornar-se
desnecessária...
Como esse é um momento de
adaptação, a presença da mãe se faz importante para dizer ao filho(a) que
poderá contar sempre com ela, que vai, mas, que volta... Essa é uma forma de
dizer que ele(a) está autorizado a crescer, que aquilo é importante para que
ele(a) se desenvolva e para se tornar
uma criança independente com maiores chances de se tornar um adulto seguro e
feliz. Isso é criar independência na criança, tornando-se aos poucos
desnecessária dentro de um conceito de independência com amor e
responsabilidade. É nessas pequenas coisas que uma mãe, um pai constrói uma
nova pessoa, dando-lhe liberdade de crescer, de ser ele próprio.
Apesar do coração de mãe
apertado, a mãe precisa ter a certeza de que escolheu um lugar gostoso e seguro
para deixar o seu/sua filho(a). E ter a
consciência de que esse é o início da construção do seu crescimento como
pessoa, no qual ele(a) terá boas chances de se desenvolver e adquirir, pouco a
pouco, a liberdade e a autonomia necessária para crescer seguro(a) e feliz.
As dificuldades virão nesse momento de
adaptação, nem tudo será perfeito; inicia-se um processo de mudança da dinâmica
da família. Os hábitos, regras precisam estar em consonância com a rotina da
escola para que a adaptação ocorra de forma mais suave para todos os envolvidos
no processo.
Mãe, lembre-se que é preciso que
esteja segura, calma e tranquila nessa transição, pois, dessa forma, a
adaptação do seu filho(a) será muito, muito mais fácil. Meio caminho andado é que o seu coração de mãe
esteja em paz, assim, o coração dele(a) baterá no mesmo ritmo que o seu. Dessa forma,
o resto da caminhada para o crescimento dele(a) com liberdade e
responsabilidade vai seguir em equilíbrio e harmonia.
Um abraço,
Maria
Teixeira
Segue anexo os links dos meus mais recentes trabalhos publicados:
https://plus.google.com/+MariaTeixeirapsicopedagogaSPaulo/posts/VAQUu8K2cPg
https://plus.google.com/+MariaTeixeirapsicopedagogaSPaulo/posts/CiEQhyeAEx7
Nenhum comentário:
Postar um comentário